quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PALESTINA 2011: O QUE SERA?

106 estados-membros da ONU já reconheceram oficialmente a Palestina
28/12/2010, John V. Whitbeck, Al-Jazeera


John V. Whitbeck é advogado, especialista em Direito Internacional,
conselheiro da delegação palestina nas negociações com Israel.

Dia 17 de dezembro, a Bolívia reconheceu diplomaticamente o Estado da Palestina, nas fronteiras de antes de 1967 (toda a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, inclusive Jerusalém Leste).

Acontecido imediatamente depois de Brasil e Argentina também reconhecerem a Palestina, o reconhecimento pela Bolívia eleva para 106 o número de Estados-membros da ONU que reconhecem o Estado da Palestina, cuja independência foi proclamada dia 15 de novembro de 1988.

Embora esteja sob ocupação beligerante, o Estado da Palestina atende a todas as exigências da lei consuetudinária internacional para ser considerado estado soberano. Nenhuma porção do território palestino está reconhecida por qualquer outro país (exceto pela potência ocupante, Israel) como seu território soberano e, de fato, Israel só se tem declarado soberano em pequena porção do território palestino – Jerusalém Leste ‘expandida’ – o que implica que todo o território restante permanece legal e literalmente território palestino não contestado.

Nesse contexto, pode ser esclarecedor considerar a qualidade e a quantidade dos Estados que já reconheceram o Estado Palestino.

Dos nove estados mais populosos do mundo, oito (todos, exceto EUA) reconhecem o Estado da Palestina. Dos vinte estados mais populosos do mundo, 15 (todos, exceto EUA, Japão, México, Alemanha e Tailândia) reconhecem o Estado da Palestina.

Por outro lado, entre os 72 Estados-membros da ONU que atualmente reconhecem a República do Kosovo como Estado independente, só aparece um dos nove Estados mais populosos do mundo (EUA); e aparecem quatro dos vinte estados mais populosos do mundo (EUA, Japão, Alemanha e Turquia).

Quando, em julho, a Corte Internacional de Justiça declarou que a declaração unilateral de independência do Kosovo não violava a lei internacional, porque a lei internacional nada diz sobre a legalidade de declarações de independência (o que significa que nenhuma declaração de independência viola a lei internacional e que, portanto, todas são “legais”; e depende de decisão política de outros Estados soberanos reconhecer ou não a independência declarada), os EUA convocaram todos os países que ainda não haviam reconhecido o Kosovo para que o fizessem imediatamente.

Passados cinco meses, apenas três novos países responderam à convocação dos EUA – Honduras, Kiribati e Tuvalu.

Se a Liga Árabe convocasse a minoria de Estados-membros da ONU que ainda não reconheceram a Palestina, para que a reconhecessem imediatamente, não cabe dúvida de que a resposta seria bem mais eloquente (tanto em quantidade quanto em qualidade) do que a que os EUA receberam, em seu apelo a favor do Kosovo. Isso, precisamente, é o que a Liga Árabe já deveria ter feito.

Não obstante a evidência (baseada em meus cálculos pouco refinados) de que os estados nos quais vive 80-90% da população do planeta reconhecem o Estado da Palestina, e que os estados nos quais vive 10-20% da população do planeta reconhecem a República do Kosovo, a ‘mídia’ ocidental (e, de fato, boa parte, também, da ‘mídia’ não ocidental) age como se a independência do Kosovo fosse fato consumado; e como se a independência da Palestina fosse apenas um sonho que jamais se poderá realizar sem o consentimento de Israel-EUA. E boa parte da opinião pública (incluindo, parece, a liderança dos palestinos em Ramallah) tem-se deixado levar e tem reagido, pelo menos até recentemente, como objeto passivo de lavagem cerebral.

Como em vários aspectos das relações internacionais, o que interessa não é a natureza do ato (ou crime), mas, sim, quem faça o quê a quem.

A Palestina foi conquistada e continua ocupada, 43 anos depois, por forças militares de Israel. O que a maior parte do mundo (inclusive a ONU e cinco Estados-membros da União Europeia) ainda veem como a província sérvia do Kosovo foi conquistada e continua ocupada, 11 anos depois, por forças militares da OTAN.

Mas a bandeira dos EUA está sempre hasteada no Kosovo, ao lado da bandeira nacional; e a capital, Pristina, exibe um Boulevard Bill Clinton e uma estátua gigantesca, de proporções, pode-se dizer, ‘soviéticas’, do ex-presidente dos EUA.

O direito brota do poder, pelo menos nos corações e mentes dos poderosos, entre os quais se contam muitos políticos e formadores de opinião ocidentais.

Enquanto isso, quando um perpétuo “processo de paz” parece ameaçado repentinamente pelo recurso pacífico à lei internacional e a organizações internacionais, a Câmara de Deputados dos EUA acaba de aprovar, por unanimidade, projeto de lei redigido pelo AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), que proíbe o presidente Barack Obama de reconhecer o Estado da Palestina e dá aos EUA poder de veto para impedir que chegue a bom termo qualquer iniciativa dos palestinos para tornar-se membros da ONU.

Os políticos e a ‘mídia’ ocidental usam em geral a expressão “comunidade internacional” para falar dos EUA e outros países que aceitem apoiar publicamente os EUA em determinadas questões. E chamam de “rogue state” [estado-bandido], qualquer país que resista ativamente à dominação de EUA-Israel sobre o mundo.

Pela subserviência a Israel – como outra vez se confirma na falta de qualquer voz, uma, que fosse, que protestasse contra a nova resolução da Câmara de Deputados e contra a oferta (rejeitada) que o governo Obama fez a Israel, de fato tentativa de suborno (Obama ofereceu propina gigante a Israel, em troca de suspensão por apenas 90 dias, de seu programa ilegal de colonização) –, os EUA já se autoexcluíram efetivamente da verdadeira comunidade internacional. Porque a verdadeira comunidade internacional tem de incluir a grande maioria da humanidade. E os EUA já se converteram eles próprios em “rogue state” [estado-bandido], com atos de flagrante e consistente violação, tanto da lei internacional quanto dos direitos humanos fundamentais.

Deve-se esperar que os EUA arranquem-se eles próprios do abismo e recuperem a independência. Mas todos os sinais apontam na direção oposta. Triste destino, para um país tantas vezes admirável.

Traducao: coletivo Villa Vudu ++++++++++++++++++++++++++++++++++

Palestina apunta a 2011
elespectador.com / OICP
 2010-12-28

En enero próximo presentarán una resolución ante la ONU para ser reconocida como Estado. Cinco países de Suramérica ya la distinguen como tal.

La Autoridad Palestina se ha trazado un objetivo ambicioso para el año que en pocos días comienza: espera que cuando 2011 termine, la ONU la reconozca como un Estado, al igual que el mayor número de países posible. La estrategia diplomática que vienen ejecutando sus delegados ya comenzó y entregó sus primeros frutos en Suramérica y se enfoca hacia la Unión Europea. Hoy, Argentina, Brasil, Uruguay, Bolivia y Ecuador reconocen el Estado palestino dentro de las fronteras del 4 de junio de 1967, justo un día antes de que detonara la llamada Guerra de los Seis Días e Israel ampliara su territorio.

De hecho, la reapertura de los diálogos entre Israel y Palestina avanzaba por un cauce que pretendía poner punto final a las confrontaciones territoriales históricas entre los dos países. Sin embargo, en septiembre, las negociaciones se truncaron cuando el Estado sionista reactivó la construcción de asentamientos en los territorios ocupados. A dicha construcción se le había impuesto una moratoria que permitió el inicio de las conversaciones, pero una vez vencida y a pesar de las peticiones de Estados Unidos por extenderla, Israel decidió darle continuidad.

Desde entonces, las negociaciones se encuentran en punto muerto. Saeb Erekat, jefe del equipo negociador palestino, declaró desde Belén que se vieron obligados a buscar otras alternativas ante la reticencia de su contraparte: “Presentamos por escrito nuestras propuestas y ni siquiera aceptaron recogerlas de la mesa”.

La primera y más importante de esas alternativas que señaló Erekat comenzará su curso a mediados de enero, cuando la Autoridad Palestina y un grupo de países árabes aliados de Estados Unidos presenten una propuesta de resolución ante el Consejo de Seguridad de la ONU.

En el texto, del que ya existe un borrador, se declara que la construcción de colonias israelíes en los territorios ocupados, incluido Jerusalén oriental, es ilegal y constituye el mayor obstáculo para alcanzar la paz. Del mismo modo, recuerda que en 2003 EE.UU., Rusia, la Unión Europea y la propia ONU exigieron la detención de las construcciones con miras a conseguir un acuerdo entre los dos pueblos, algo que no se ha cumplido.

Lograr la aprobación de la resolución no es tarea fácil, mucho menos cuando Estados Unidos, aliado histórico de Israel, ostenta la presidencia temporal del Consejo de Seguridad. De ser rechazada, la Autoridad Palestina encabezada por Mahmoud Abbas ha anunciado que propondrá que sea la Asamblea General la que lo vote, para poner el tema de la ocupación sionista en la agenda de todo el mundo.

Hasta el momento y más allá de que se espere que la diplomacia israelí intentará bloquear el avance de la resolución, el primer ministro israelí, Benjamín Netanyahu, ha sido enfático en sus exigencias: si la Autoridad Palestina quiere ser reconocida como Estado, debe reconocer el “carácter judío de Israel y aceptar la presencia de bases militares israelíes en su territorio”.

No obstante, las intenciones palestinas y el punto muerto de las negociaciones no dejan de preocupar. El ministro israelí de Industria, Comercio y Trabajo, Benjamin Ben-Eliezer, les expresó a sus colegas sus inquietudes en la más reciente reunión de gabinete: “No me sorprendería si dentro de un año el mundo entero reconociese un Estado palestino. Debemos hacer todo lo que esté en nuestras manos para ir y hablar con los palestinos, aunque el precio sea una moratoria de unos pocos meses”.

http://www.oicpalestina.org/ver_noticias.php?id=7088

domingo, 5 de dezembro de 2010

ESTADO PALESTINO: EUA E ISRAEL CONTRA O BRASIL E O MUNDO, ATE QUANDO?


Palestinos: Brasil reconhecer Estado é prova de solidariedade 

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) considera a decisão do governo brasileiro de reconhecer o Estado palestino nas fronteiras de 1967 como uma prova de "solidariedade" e uma "resposta não violenta ao unilateralismo israelense"."Quero agradecer ao meu amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por cumprir com sua palavra de pôr a solidariedade em ação e dar uma resposta não violenta ao unilateralismo israelense", afirmou o dirigente palestino Nabil Shaat em uma declaração.

Shaat, membro do Comitê Central do Fatah a cargo das Relações Internacionais e ex-ministro das Relações Exteriores palestino, vê também na decisão um "reflexo da histórica amizade e da fraternidade entre os povos brasileiro e palestino". "Trata-se também de uma confirmação do importante papel do Brasil na comunidade internacional", conclui a declaração, divulgada pouco depois que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou o reconhecimento em comunicado.

O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Al Zeben, também comemorou a decisão.“É um momento de alegria para o povo palestino, porque vem em concordância com o justo direito de nosso povo ter nosso próprio Estado e é um reflexo da política justa e equilibrada do governo brasileiro, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva e de seu chanceler, Celso Amorim”, afirmou. 

Iniciativa coerente

Luiz Inácio Lula da Silva transmitiu a decisão por carta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na quarta-feira passada. O reconhecimento foi uma resposta à solicitação realizada por Abbas em 24 de novembro. "A iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina, cujas negociações diretas estão neste momento interrompidas", afirmou o Itamaraty em nota.

"A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis as negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito", destaca a nota, que diz ainda que "(a decisão) está em consonância com as resoluções da ONU, que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro das fronteiras de 4 de junho de 1967."

Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a região oriental de Jerusalém, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza -territórios agora reconhecidos pelo governo brasileiro como parte do Estado palestino.

Palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado independente, mas Israel considera a cidade como sua capital eterna e indivisível.

Amplo respaldo

Com a medida, o Brasil se soma a uma lista de mais de 100 países que reconhecem o Estado palestino que inclui todos os árabes, a grande maioria da África, boa parte dos asiáticos e alguns do leste da Europa. China, Rússia e Índia também fazem parte deste grupo.

O porta-voz oficial do departamento de Assuntos Relacionados com a Negociação da OLP, Xavier Abu Eid, afirmou que outros sete países latino-americanos se mostraram dispostos a reconhecer a independência palestina nas fronteiras de 1967 no momento adequado.

"Esperamos que a decisão do Brasil dê origem a uma onda de reconhecimentos latino-americanos, como a que houve após 1988 (por ocasião da Declaração de Independência Palestina) em outras partes do planeta", afirmou.

Desde 1975, o governo brasileiro reconhece a OLP como "legítima representante do povo palestino". Em 1993, o Brasil abriu sua primeira sede diplomática em território palestino, cujas atribuições foram equiparadas às de uma embaixada cinco anos depois.

As negociações de paz entre israelenses e palestinos foram reiniciadas em setembro com a mediação dos Estados Unidos, mas foram interrompidas pouco depois com o fim da moratória de Israel na expansão de assentamentos judeus em território palestino ocupado.

Fonte: EFE e agências


...........................................................................................................

03/12/2010 - 15h00 / Atualizada 03/12/2010 - 17h03

Para embaixador palestino no Brasil, reconhecimento formal ajuda no processo de paz

Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, posam para foto durante reunião no Museu de Misericórdia, em Salvador (Bahia), em 20 de nov. de 2009. Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, posam para foto durante reunião no Museu de Misericórdia, em Salvador (Bahia), em 20 de novembro de 2009. Nos últimos anos, o Brasil vem intensificando seu relacionamento com a Palestina. Em 2004, foi aberto Escritório de Representação em Ramalá. O Presidente Mahmoud Abbas veio ao Brasil em duas ocasiões (maio de 2005, para participar da I Cúpula ASPA, e novembro de 2009). O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nos Territórios Palestinos Ocupados em março de 2010, acompanhado de expressiva delegação empresarial
  •  Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, posam para foto durante reunião no Museu de Misericórdia, em Salvador (Bahia), em 20 de nov. de 2009. Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, posam para foto durante reunião no Museu de Misericórdia, em Salvador (Bahia), em 20 de novembro de 2009. Nos últimos anos, o Brasil vem intensificando seu relacionamento com a Palestina. Em 2004, foi aberto Escritório de Representação em Ramalá. O Presidente Mahmoud Abbas veio ao Brasil em duas ocasiões (maio de 2005, para participar da I Cúpula ASPA, e novembro de 2009). O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nos Territórios Palestinos Ocupados em março de 2010, acompanhado de expressiva delegação empresari
O Brasil reconheceu esta semana pela primeira vez, de modo formal, o Estado palestino "nas fronteiras de 1967", por meio de carta enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Para o maior representante diplomático palestino no Brasil, a medida é um “grande avanço”.

“É um momento de alegria para o povo palestino, porque vem em concordância com o justo direito de nosso povo ter nosso próprio Estado e é um reflexo da política justa e equilibrada do governo brasileiro, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva e de seu chanceler, Celso Amorim”, afirmou o embaixador Ibrahim Al Zeben ao UOL Notícias.

Questionado pela reportagem sobre as consequências deste reconhecimento para as negociações de paz no Oriente Médio, o embaixador palestino afirmou que “com certeza ajuda”.

“Está baseado no direito internacional”, argumentou Al Zeben, “Deve contribuir para uma paz justa”.
O reconhecimento brasileiro foi uma resposta a um pedido manifestado em uma carta enviada por Abbas a Lula no final de novembro. "Enquanto expressamos a Vossa Excelência o nosso orgulho das valorosas e históricas relações brasileiro-palestinas, que refletem suas posições firmes em relação ao nosso povo ao longo dos anos e em nossos recentes encontros, esperamos, nosso caro amigo, que Vossa Excelência decida tomar a iniciativa de reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967", escreveu Abbas.

“Por considerar que a solicitação apresentada por Vossa Excelência é justa e coerente com os princípios defendidos pelo Brasil para a Questão Palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o Estado palestino nas fronteiras de 1967”, respondeu Lula, em 1º de dezembro.

Segundo o embaixador Al Zeben, a carta é suficiente para configurar reconhecimento formal. Dessa forma, o Brasil se torna o quinto país na América a reconhecer o Estado palestino, ao lado de Cuba, Nicarágua, Venezuela e Bolívia, segundo o diplomata. Ao todo, mais de cem países reconhecem o Estado palestino.

Histórico

O Brasil já reconhecia desde 1975 a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como instituição legítima de representação dos palestinos. Em 1993, o Brasil autorizou abertura da Delegação Especial Palestina no país, com “status” diplomático semelhante às representações das Organizações Internacionais.
Em 1998, o tratamento concedido à Delegação foi equiparado ao de uma Embaixada, para todos os efeitos. As informações são do Itamaraty.


fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/12/03/para-embaixador-palestino-no-brasil-reconhecimento-formal-ajuda-no-processo-de-paz.jhtm
.......................................................................................................


ENVIE CARTAS DE APOIO A DECISAO DO GOVERNO BRASILEIRO:


falecomogoverno@brasil.gov.br; casacivil@planalto.gov.br; sg@planalto.gov.br; imprensa@mc.gov.br


..........................................................................................................



Brasil fica com os BRICs e apóia a Palestina


Antes que o PiG (*) – como fez o Estadão na primeira página de hoje – se estrebuche até o desenlace, o Brasil adotou posição que poderia ter adotado muito antes: reconhecer o espaço físico do Estado Palestino, como o que era antes da Guerra de 1967.

O que, evidentemente, desagrada Israel e, talvez, os Estados Unidos.

(Tem muita gente boa que acha que a política externa americana de apoiar incondicional mente Israel é contra o interesse nacional americano. Mas, o Estadão não sabe disso.)

Desde o lamentável  “voto sionista” do Presidente Geisel, a política externa brasileira procurou enfatizar que Israel e palestinos deveriam  chegar a um acordo que respeitasse o interesse nacional de Israel, mas não endossou QUALQUER governo de Israel, como o do falcão Bibi Netanyahu.

Lula foi o presidente brasileiro que mais se empenhou pessoalmente por uma solução de paz no Oriente Médio.

Também,  nunca dantes na história desse país, o Brasil se aproximou tanto dos árabes e muçulmanos.

A ponto de arriscar-se com a Turquia num acordo de paz entre os Estados Unidos e o Irã.

E os documentos do WikiLeaks (que o Bonner chama de “uaiquiliqis” e que o Johnbim não leva a sério), o WikiLeaks demonstrou que, cedo ou tarde, os Estados Unidos terão que conviver com a bomba do Irã – como convivem com as 44 de Israel.

O Brasil reconhece o Estado Palestino de antes de 67 como os outros três dos BRICs e muito país europeu.

Não adianta o Estadão ficar nervoso.

Nem o Fernando Henrique, líder da política externa da “dependência”, ou do “tirar o sapato”, cortar os pulsos.

Nunca dantes !


.....................................................................................



Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete


Nota à Imprensa nº 707
3 de dezembro de 2010


Reconhecimento do Estado Palestino nas Fronteiras de 1967


Por meio de carta enviada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em 1º de dezembro, o Governo brasileiro reconheceu o Estado palestino nas fronteiras existentes em 1967.

O reconhecimento ocorre em resposta a gestões palestinas e a carta enviada pelo Presidente Abbas ao Presidente Lula, no último dia 24 de novembro, com solicitação nesse sentido.

A iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina, cujas negociações diretas estão neste momento interrompidas, e está em consonância com as resoluções da ONU, que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro das fronteiras de 4 de junho de 1967.

A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito.

O Brasil reafirma sua tradicional posição de favorecer um Estado palestino democrático, geograficamente coeso e economicamente viável, que viva em paz com o Estado de Israel. Apenas uma Palestina democrática, livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios israelenses por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.

O Governo brasileiro considera que o apoio de países extrarregionais à solução de dois Estados é fundamental para legitimar a via negociadora como único meio para se chegar ao fim da ocupação. Tal apoio ocorre tanto por meio de respaldo político a uma solução pacífica e justa, que resulte numa paz duradoura, quanto por meio de iniciativas conducentes à construção e ao fortalecimento de instituições estatais palestinas.

Mais de cem países reconhecem o Estado palestino. Entre esses, todos os árabes, a grande maioria dos africanos, asiáticos e leste-europeus. Países que mantêm relações fluidas com Israel – como Rússia, China, África do Sul e Índia, entre outros – reconhecem o Estado palestino. Todos os parceiros do Brasil no IBAS e no BRICS já reconheceram a Palestina.

A maior parte dos reconhecimentos se seguiu à Declaração de Independência adotada pelo Conselho Nacional Palestino em novembro de 1988, em Argel.

Em seguida à Declaração de Argel, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou Resolução, com o voto favorável do Brasil, por meio da qual tomou conhecimento da proclamação do Estado palestino.
        
O Brasil reconhece, desde 1975, a OLP como legítima representante do povo palestino, dotada de personalidade de direito internacional público. Em 1993, o Brasil autorizou a abertura de Delegação Especial Palestina, com “status” diplomático semelhante às representações das Organizações Internacionais. Em 1998, o tratamento concedido à Delegação foi equiparado ao de uma Embaixada, para todos os efeitos.

Nos últimos anos, o Brasil vem intensificando seu relacionamento com a Palestina. Em 2004, foi aberto Escritório de Representação em Ramalá . O Presidente Mahmoud Abbas veio ao Brasil em duas ocasiões (maio de 2005, para participar da I Cúpula ASPA, e novembro de 2009). O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nos Territórios Palestinos Ocupados em março de 2010, acompanhado de expressiva delegação empresarial.

O Brasil tem também prestado apoio material à edificação do Estado palestino. Desde 2006, tem participado de Conferências internacionais em prol da resolução do conflito no Oriente Médio, como os encontros em Anna polis (novembro de 2007), Paris (dezembro de 2007) e Sharm El-Sheikh (março de 2009). Nas duas últimas, o Brasil fez doações de cerca de US$ 20 milhões à Autoridade Nacional Palestina, aplicados em projetos em segurança alimentar, saúde, educação e desenvolvimento rural.

O Brasil tem contribuído, ainda, para projetos em benefício do povo palestino coordenados por fundos e agências internacionais como o PNUD, o Banco Mundial e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Juntas, essas contribuições se aproximam de US$ 2 milhões.

Por meio do Fundo IBAS, mantido com Índia e África do Sul, o Brasil realizou doação de US$ 3 milhões, que estão sendo investidos na construção de um centro poliesportivo em Ramalá e na recuperação de um hospital em Gaza.

O Brasil tem-se engajado também na diversificação e aprofundamento dos projetos de cooperação técnica com a Autoridade Nacional Palestina. Há iniciativas nas áreas de saúde, infraestrutura urbana, agricultura, educação, esportes e eleições.

Paralelamente, nunca foram tão robustas as relações bilaterais com Israel. Os laços entre os dois países têm-se fortalecido ao longo dos anos, em paralelo e sem prejuízo das iniciativas de aproximação com o mundo árabe e muçulmano.

A corrente de comércio e o fluxo de investimentos bilaterais com Israel vêm atingindo recordes históricos. O Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e Israel, em vigor desde abril, foi o primeiro do bloco regional com um país de fora da região.

O Presidente Lula realizou, em março, a primeira visita de um Chefe de Estado brasileiro ao Estado de Israel, retribuindo a visita do Presidente israelense Shimon Peres ao Brasil, em novembro de 2009, a primeira de um Chefe de Estado desse país em mais de quarenta anos.

Também têm-se intensificado os esforços de cooperação na área de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública e cooperação técnica, de que é exemplo o acordo para cooperação conjunta em terceiros países, o que possibilita a atuação em casos de catástrofe humanitária, como no Haiti.

..............................................................

Leia na íntegra correspondência entre Abbas e Lula sobre reconhecimento da Palestina


Carta de Abbas a Lula
(Tradução não-oficial)

Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil Brasília

24/11/2010

Saudações,

Inicialmente, gostaríamos de estender a Vossa Excelência nossas felicitações pelo sucesso das eleições gerais no Brasil, louváveis por sua elevada transparência e pelo alto nível do processo democrático, que levaram à vitória a candidata de seu partido como nova Presidente da República Federativa do Brasil. É com satisfação que também saudamos entusiasticamente o seu Governo, testemunha de um período de prosperidade econômica e mudança política qualitativa, que inscreve Vossa Excelência na história política moderna do Brasil.

Senhor Presidente,

A atual situação nos territórios palestinos evidencia uma grande escalada das ações israelenses. O Governo de Israel recusa-se a interromper suas atividades em assentamentos. Isso paralisou o lançamento de negociações diretas, apesar das posições e dos pedidos de países de todo o mundo para que Israel ponha fim aos assentamentos, e, dessa forma, não apenas torne possíveis as negociações, como também dê uma chance à paz. No entanto, Israel ainda desafia o mundo inteiro e insiste em suas atividades colonizadoras. Tal posição dificulta qualquer possibilidade de se alcançar um acordo por meio de negociações e cria também uma nova realidade no terreno, que inviabiliza a solução de dois Estados.

Enquanto expressamos a Vossa Excelência o nosso orgulho das valorosas e históricas relações brasileiro-palestinas, que refletem suas posições firmes em relação ao nosso povo ao longo dos anos e em nossos recentes encontros, esperamos, nosso caro amigo, que Vossa Excelência decida tomar a iniciativa de reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967. Essa será uma decisão importante e histórica, porque encorajará outros países em seu continente e em outras regiões do mundo a seguir a sua posição de reconhecer o Estado palestino. Essa decisão levará também ao avanço do processo de paz e à promoção da posição palestina, que busca o reconhecimento internacional do Estado da Palestina. Esperamos que o nosso pedido possa receber sua bondosa aceitação e esperamos também que essa iniciativa possa ser tomada antes do fim de seu mandato presidencial.

Queira aceitar os protestos de nossa mais alta estima e consideração.

Mahmoud Abbas
Presidente do Estado da Palestina
Presidente do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina Presidente da Autoridade Nacional Palestina


Carta do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva


À Sua Excelência
Mahmoud Abbas
Presidente da Autoridade Nacional Palestina

Senhor Presidente,

Li com atenção a carta de 24 de novembro, por meio da qual Vossa Excelência solicita que o Brasil reconheça o Estado palestino nas fronteiras de 1967.

Como sabe Vossa Excelência, o Brasil tem defendido historicamente, e em particular durante meu Governo, a concretização da legítima aspiração do povo palestino a um Estado coeso, seguro, democrático e economicamente viável, coexistindo em paz com Israel.

Temos nos empenhado em favorecer as negociações de paz, buscar a estabilidade na região e aliviar a crise humanitária por que passa boa parte do povo palestino. Condenamos quaisquer atos terroristas, praticados sob qualquer pretexto.

Nos últimos anos, o Brasil intensificou suas relações diplomáticas com todos os países da região, seja pela abertura de novos postos, inclusive um Escritório de Representação em Ramalá; por uma maior freqüência de visitas de alto nível, de que é exemplo minha visita a Israel, Palestina e Jordânia em março último; ou pelo aprofundamento das relações comerciais, como mostra a série de acordos de livre comércio assinados ou em negociação.

Nos contatos bilaterais, o Governo brasileiro notou os esforços bem sucedidos da Autoridade Nacional Palestina para dinamizar a economia da Cisjordânia, prestar serviços à sua população e melhorar as condições de segurança nos Territórios Ocupados.

Por considerar que a solicitação apresentada por Vossa Excelência é justa e coerente com os princípios defendidos pelo Brasil para a Questão Palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o Estado palestino nas fronteiras de 1967.

Ao fazê-lo, quero reiterar o entendimento do Governo brasileiro de que somente o diálogo e a convivência pacífica com os vizinhos farão avançar verdadeiramente a causa palestina. Estou seguro de que este é também o pensamento de Vossa Excelência.

O reconhecimento do Estado palestino é parte da convicção brasileira de que um processo negociador que resulte em dois Estados convivendo pacificamente e em segurança é o melhor caminho para a paz no Oriente Médio, objetivo que interessa a toda a humanidade. O Brasil estará sempre pronto a ajudar no que for necessário.

Desejo a Vossa Excelência e à Autoridade Nacional Palestina êxito na condução de um processo que leve à construção do Estado palestino democrático, próspero e pacífico a que todos aspiramos.

Aproveito a ocasião para reiterar a Vossa Excelência a minha mais alta estima e consideração.

*Documentos fornecidos pelo Itamaraty


Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/12/03/leia-na-integra-correspondencia-entre-abbas-e-lula-sobre-reconhecimento-da-palestina.jhtm



الرئيس يثمن اعتراف البرازيل بدولة فلسطين على حدود 1967


دائرة المغتربين******

عبر الرئيس محمود عباس، عن تقديره العميق وتقدير الشعب الفلسطيني وقيادته للرئيس البرازيلي لولا دي سلفا، على قراره بأن البرازيل تعترف بدولة فلسطين على حدود 1967.
وأضاف الرئيس في تعقيب على القرار البرازيلي، امس، أنه يرى أن المبادئ التي تسير عليها البرازيل والتي أدت إلى مثل هذا الاعتراف، "دليل على أن البرازيل رائدة في فهم الواقع الفلسطيني، وأن هذا القرار يتماشى مع الشرعية الدولية والقانون الدولي، خاصة وأن البرازيل تعترف بأن الدولة الفلسطينية هي جزء من قناعة البرازيل بأن العملية التفاوضية لإقامة دولة فلسطين لتعيش بسلام وأمن هي أفضل طريقة لانجاز السلام في الشرق الأوسط وتحقيق تطلعات الشعب الفلسطيني التي هي مصلحة الإنسانية جمعاء".
واعتبر هذا القرار البرازيلي "حافزا ومشجعا للمجتمع الدولي ودوله كافة على السير على هذه الخطى من أجل الأمن والسلم العالمي".

Seguidores: